2 de out. de 2009

O PODER OCULTO DO INCONSCIENTE


Estima-se que mais de 90% da nossa actividade mental se processe em modo não consciente, isto é, sem a nossa percepção e conhecimento. É fácil de entender, por exemplo, que milhares de memórias e conhecimentos estejam fora do nosso alcance consciente mas estão algures guardados no cérebro. Basta lembrar-nos como, de repente, temos uma ideia ou uma solução que buscávamos sem sucesso. Ou então, o material dos sonhos. Onde está esse material que alimenta os sonhos que ocupam uma boa parte do nosso sono? Mais ainda: aquilo que se chama intuição - uma espécie de conhecimento difuso mas que muitas vezes está certo. Onde se gera a intuição?

E os pensamentos? De onde vêm os pensamentos? Já reparou que estamos sempre a pensar em alguma coisa? Na verdade, eles são produzidos por campos de energia psíquica de que não temos previamente consciência.

Podemos afirmar que o mundo inconsciente da nossa psique é enorme, intemporal e não ocupa espaço no cérebro. Está lá e não está. Há toda uma actividade mental, incluindo emoções, que desconhecemos e que interferem na nossa vida consciente.

Mais impressionante ainda: está demonstrado cientificamente que tomamos as nossas decisões meio segundo antes de sabermos o que decidimos. É como se uma inteligência inconsciente agisse em nosso nome pondo em causa a ideia de que somos seres independentes e que mandamos nos nossos pensamentos. Parece que não é bem assim que as coisas se passam.

Os processos inconscientes ajudam a automatizar gestos. Por exemplo: depois de muito treino um atleta ou um artista executa as suas provas de forma natural, sem necessidade de pensar o que fazer a não ser manter-se concentrado. Mas o conteúdo da competência foi aprendido e depois age sob o efeito do inconsciente cognitivo.

Todos os dias os nossos sentidos captam milhões de informações (imagens, sons, cheiros, etc). A maior parte dessa informação nós não damos conta dela pois é recolhida de forma não consciente. Ela fica guardada na memória. O registo é automático, quer queiramos quer não. Depois, mais cedo ou mais tarde, esse material vai alimentar ideias, pensamentos, intuições e sonhos. Ele dirige nossos comportamentos e escolhas. Alimenta a nossa personalidade. E está também implicado no aparecimento e no desenvolvimento de muitas doenças orgânicas. O assunto é deveras complexo.

Sabia que a invenção da simples e vulgar máquina de costura que as nossas mães e avós tinham em casa só foi possível devido a um sonho? Pois ela foi desenvolvida por um americano de nome Elias Howe (1819-1867) graças ao trabalho da sua mente inconsciente. Ele tinha um problema: como fazer correr a linha? Teve a sorte de uma noite sonhar que deveria abrir um orifício na ponta da agulha. No dia seguinte, estava inventada a máquina de costura cujo mecanismo ainda hoje é o mesmo. A diferença é que as máquinas de costura agora são eléctricas.

Será possível interferirmos no inconsciente? Sim, em certa medida. Na verdade, a psique inconsciente é feita de informações genéticas e ambientais. A história da nossa mente desde os 3 ou 4 meses de gestação (ainda protegidos do mundo pelo ventre de nossa mãe) tem, nesse capítulo, um papel muito importante pois a nossa memória existencial começa a trabalhar antes de nascermos. Ela trabalha quer em modo inconsciente, quer em modo consciente. Da junção de todas as informações e emoções recebidas o inconsciente vai estabelecendo a sua própria história e sua inteligência. E assim será ao longo de toda a nossa vida. Veja pois como o mundo exterior e o mundo interior da psique influenciam o nosso inconsciente.


Fonte: Internet 

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