3 de out. de 2009

PODERES PSÍQUICOS


Nenhum tema é tão controvertido dentro da sabedoria perene do que o desenvolvimento dos chamados “poderes psíquicos”, também conhecidos na ciência da Yoga e do Budismo pelo nome de siddis.
Entre esses poderes, podemos enumerar: capacidade de cura, invisibilidade, telecinesia, levitação, projeção astral consciente e intencional, telepatia, premonição, clarividência, clariaudiência, suspensão da respiração, visão do passado e do futuro, controle da dor e das sensações corporais e diversos outros.
Os poderes psíquicos exercem um grande fascínio sobre as pessoas, porque são uma forma de destaque, uma forma de ser visto como “poderoso”, especial e diferenciado dos demais seres humanos.
Quando desenvolvidos em condição normal, os poderes psíquicos são uma conseqüência natural do desenvolvimento humano e uma atualização do potencial existente no âmago da condição humana. Quando desenvolvidos de forma antinatural e prematura, são fatores de inflação do ego, de orgulho e arrogância.
É estranho que o homem, tendo o maior cérebro e maior inteligência da natureza, seja o mais indefeso e desprovido de poderes físicos e energéticos.
Esses poderes foram suprimidos exatamente por causa do presente estágio da condição humana, em que o homem se percebe como um ser separado do restante da criação, após perder o senso de unidade da vida, que o levaria a usar seus poderes de forma mais fraterna e equilibrada.
Um ente separado, envolvido pelo egoísmo e pela ambição desenfreada, e dotado de poderes psíquicos seria uma séria ameaça para seus semelhantes e para a natureza.
Todavia os poderes são parte do potencial humano e serão desenvolvidos ao longo das eras.
O modo correto de desenvolvimento seria os poderes psíquicos serem ativados de forma lenta e gradual, sempre na esteira do desenvolvimento da consciência , que deve permanecer na vanguarda.
Seria de todo prejudicial se um ser humano desenvolvesse poderes que não pode controlar e tivesse acesso a informações que não pode compreender. Isso só traria malefícios, confusão e destruição.
Buda era muito reservado quanto ao uso de poderes psíquicos, embora os tivesse em grau extraordinário. Em certa ocasião, um discípulo louvou os poderes de um iogue capaz de caminhar sobre as águas. Buda retrucou: “Ele levou 30 anos para realizar um feito que qualquer um de vocês pode conseguir em minutos, oferecendo uma moeda ao barqueiro”.

Jesus usou seus poderes inúmeras vezes, porque vivia em um contexto social, em que era necessários fortes impactos para mobilizar e sensibilizar as consciências endurecidas.
Ainda assim, existem dúvidas sobre até que ponto os chamados milagres são acontecimentos históricos reais e até que ponto seriam narrativas simbólicas.
A ressurreição de Lázaro, por exemplo, somente aparece no Evangelho de João, que é o mais simbólico e diferenciado de todos. Os outros três evangelhos, chamados sinópticos (que podem ser entendidos em conjunto) não fazem nenhuma menção à ressurreição de Lázaro. Teriam os outros três evangelistas simplesmente omitido ou se esquecido do milagre mais importante de Jesus ?
Nossa intenção no presente estudo não é especular se os milagres de Jesus são fatos históricos ou relatos simbólicos. Esse é um assunto complexo, e os dados concretos para comprovação são insuficientes. O que importa é estudar o uso dos poderes psíquicos e suas implicações na mente humana.
Um dos usos mais comuns dos poderes psíquicos é para a finalidade de cura.
A cura através de poderes psíquicos pode ser dividida em cura magnética de campo pessoal, cura magnética de campo universal e cura espiritual.
Nos templos de cura da antiga Grécia, sempre estava escrito nos frontispícios:”Não há cura sem metanóia”. A palavra metanóia é de difícil tradução, mas pode ser entendida como transmentalização ou mudança do foco da consciência.
Os gregos já sabiam, naqueles antigos tempos, que as doenças graves eram um processo biopsicoenergético, que tinha percorrido um longo caminho até se manifestar no corpo físico.
Essa força não poderia simplesmente desaparecer ou ser devolvida para o caminho que percorrera. Teria de ser sublimada através de um processo de transformação da mente do paciente. A doença era uma revelação ou uma manifestação de um distúrbio da consciência, dentro do sistema integrado corpo-mente.
Esse alto grau de conhecimento holístico do ser humano foi perdido pelo fisiologismo da medicina moderna.
Será indispensável que, no futuro, os médicos desenvolvam, em algum grau, seus poderes psíquicos para sondar a mente humana e os campos de energias sutis onde se originam as doenças.
Os poderes psíquicos devem ser desenvolvidos sempre dentro de um objetivo de serviço, nunca dentro de uma perspectiva de vaidades e egoísmo.
Somente dentro dessa perspectiva, esses poderes virão a florescer. Em processos naturais, de modo algum, os mestres e instrutores da humanidade iriam permitir o desenvolvimento de poderes que possam glorificar um ser humano em detrimento de outros e levá-lo a cometer equívocos e desatinos.
E aqueles que abrirem prematuramente esses poderes terão o desafio de vencer suas tendências primárias e egoístas que os induziriam a usar indevidamente tais poderes.
Poucos saem ilesos dessa prova e acabam pagando um alto preço por forçar a abertura de uma porta que a Natureza sabiamente fechou.

Fonte: Internet

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